Divulgada a Primeira Circular do X Fala Professor(a)! que ocorrerá em Fortaleza-CE, entre os dias 17 e 22 de julho de 2023.

O Encontro Nacional de Ensino de Geografia, mais conhecido como Fala Professor(a)!, realiza-se a cada quatro anos desde 1987, reunindo geógrafos(as) (estudantes de graduação e pós-graduação, professores(as) da educação básica e do ensino superior, pesquisadores(as), técnicos e todos aqueles que pensam e agem no mundo a partir da Geografia) de todo o Brasil para debater os rumos do ensino de Geografia, da Geografia brasileira e da Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB), onde o objetivo é escutar a voz do(a) Professor(a).

O Fala Professor(a)! foi gestado em um momento ímpar de mudanças não apenas no quadro político nacional, mas também debates que ocorriam dentro das universidades em relação às bases teórico-metodológicas. Essa discussão foi marcante particularmente na Geografia, que desde 1978 passava por um processo de redefinição de seus paradigmas, resultado de debates que tiveram início na AGB.

A décima edição do encontro ocorrerá na capital cearense, Fortaleza, entre os dias 17 e 22 de julho de 2023. O tema do encontro, definido em Reunião de Gestão Coletiva é: “É preciso estar atento e forte: ensino de Geografia na luta por um projeto democrático popular de Brasil – A AGB ante as contrarreformas neoliberais e os ataques ao trabalho docente“.

EMENTA DO X FALA PROFESSOR(A)!:
O capitalismo contemporâneo, no contexto da sua crise estrutural, marcada pela produção altamente destrutiva e pelo esgotamento de possibilidades civilizatórias, tem conduzido a vida social à barbárie. Tal situação se expressa, sobretudo, nas formações socioeconômicas do capitalismo tardio. No bojo desta questão, o conservadorismo tem avançado em escala mundial e se colocado como estratégia político-ideológica de conservação da estrutura de classes. Tal situação se faz presente com o aumento das discriminações e preconceitos contra os imigrantes e refugiados, a população LGBTQI+, os/as negros/as, os povos racializados, as religiosidades de matriz africana, aos povos originários e quilombolas. Diante deste cenário, qual tem sido o papel do ensino de Geografia na educação brasileira? As pedagogias do aprender a aprender, fundamentadas no neoescolanovismo e no neoprodutivismo, asseguram a coerência teórico-metodológica estruturante da BNCC, da Reforma do Ensino Médio, do PNLD, da BNC-formação. Este ideário, a serviço da reestruturação do capital, tem em vista a formação de um sujeito que atenda às novas demandas do atual regime de acumulação flexível. A formação do sujeito empreendedor de si implica na perda da sua identidade de classe trabalhadora e da sua personalidade profissional, na fragilização da seguridade social e da garantia das condições sociais de trabalho e aposentadoria. Nas políticas educacionais neoliberais, o ideário pedagógico é o da primazia da iniciativa privada baseada nas leis do mercado, como antídoto para o fracasso escolar da escola e dos serviços públicos, dada a suposta incapacidade inerente ao Estado de administrar os direitos sociais básicos. A finalidade da educação é a de formação de empreendedores e da conciliação de conflitos sociais, secundarizando os conteúdos e métodos das diferentes disciplinas escolares. Por isso, os ataques ao trabalho docente, a despolitização do ensino de Geografia e o esvaziamento do conhecimento científico. O modelo tecnicista de avaliação externa e censitária orienta a reforma curricular da base nacional comum, e consequentemente, o programa nacional do livro didático e a formação docente. A reforma do ensino médio retira o conhecimento científico das disciplinas escolares das áreas de ciências humanas e de ciências naturais do currículo. Desta forma, a manutenção e a defesa do ensino de geografia na educação brasileira põe em pauta a revogação do modelo de avaliação do sistema nacional de educação, da base nacional comum curricular e da reforma do ensino médio. Os profissionais da geografia vem denunciando a sociedade brasileira agrária, agroindustrial mercantil e rentista, estruturada nos monopólios da terra-território, da escravização do passado, dos meios de produção e controle do trabalho do presente e do poder e da apropriação privada da riqueza socialmente e culturalmente produzida; fundamento do cotidiano de racismo estrutural, da misoginia e do patriarcalismo, de conflitos fundiários rurais e urbanos, de degradação ambiental, de extrema desigualdade social no campo e na cidade. Também a geografia tem feito reverberar a luta contra tudo isso, desde a resistência indígena, sua ampliação com os negros africanos escravizados e com a luta antirracista, até os movimentos populares-sindicais rurais e urbanos, se posicionando na disputa por um projeto democrático-popular de Brasil. É preciso construir sobre o Brasil um olhar geográfico que permita a análise da dimensão histórica e social da produção do espaço e de suas especificidades no modo de produção, o que permitiria uma certa forma de ver e pensar o espaço, desenvolvido através dos conceitos e categorias empíricas, das práticas espaciais. Nossas ideias formam o que chamamos de mundo e que orientam nossas práticas. No que lhe concerne, a prática social muda as condições objetivas do espaço e também as suas representações. Que as professoras e professores de geografia possam falar ao Brasil as suas expectativas de futuro mais justo e democrático. Que a Associação dos Geógrafos Brasileiros, possa em sua representação da comunidade geográfica, se estabelecer no enfrentamento às contrarreformas neoliberais.

EIXOS TEMÁTICOS:
Eixo1: Ensino de Geografia, Formação de Professores e Políticas Educacionais Neoliberais.
Eixo 2: Ensino de Geografia, Questões Étnico-raciais e a Lei 10639/2003.
Eixo 3: Políticas para Educação, Crise do Trabalho e Precarização do Trabalho Docente.
Eixo 4: Educação Popular e Geografia Escolar na Construção de um Projeto de Brasil.
Eixo 5: Geografia, Cidadania e Função Social da Escola.
Eixo 6: Prática de Ensino, Teorias Pedagógicas e Aprendizagem Escolar.

PROGRAMAÇÃO:

CRONOGRAMA DE ATIVIDADES:

PARA MAIORES INFORMAÇÕES:
Todas as informações e novidades sobre o X Fala Professor(a)! serão divulgadas pelas Seções Locais da AGB, na página eletrônica e nas redes sociais oficiais da AGB.
Site: https://agb.org.br/


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Para acompanhar as novidades do X Fala Professor(a)! e os debates da AGB, procure a Seção Local mais próxima e associe-se! Maiores informações em: http://www.agb.org.br

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